A mamografia digital com tomossíntese, também conhecida como DBT, tem se destacado como um avanço significativo na detecção precoce do câncer de mama, proporcionando imagens mais detalhadas e precisas do que a mamografia 2D tradicional. No entanto, essa tecnologia inovadora traz consigo um desafio para os radiologistas: o tempo de interpretação dos exames. Estudos indicam que a leitura de uma DBT pode levar o dobro do tempo em comparação à mamografia 2D, levantando preocupações quanto à viabilidade de implementação em larga escala. A boa notícia é que, apesar da curva de aprendizado inicial, os benefícios da DBT superam os desafios.
A DBT adquire múltiplas imagens da mama em diferentes ângulos, criando ?fatias? que são reconstruídas em um modelo 3D. Essa tecnologia permite aos radiologistas visualizar as estruturas mamárias com maior clareza, diferenciando com mais precisão tecidos sobrepostos e identificando lesões suspeitas que poderiam passar despercebidas na mamografia 2D. Diversos estudos demonstraram a superioridade da DBT na detecção precoce do câncer de mama, especialmente em mulheres com mamas densas, um fator de risco para a doença.
No entanto, a riqueza de detalhes proporcionada pela DBT exige um tempo de análise significativamente maior por parte do radiologista. Se a leitura de uma mamografia 2D leva em média 30 segundos, a análise de uma DBT pode levar o dobro do tempo, chegando a um minuto. Em um cenário onde a demanda por exames de imagem é alta e os recursos são escassos, essa diferença no tempo de interpretação pode representar um desafio para a implementação da DBT na rotina dos serviços de saúde.
A preocupação com a sobrecarga dos radiologistas e o impacto no tempo de espera dos pacientes é legítima, mas é importante destacar que a curva de aprendizado da DBT é relativamente curta. Com treinamento adequado e experiência prática, os radiologistas podem se adaptar rapidamente à nova tecnologia, otimizando o tempo de interpretação dos exames sem comprometer a precisão do diagnóstico.
Além disso, os próprios avanços tecnológicos já preveem soluções para agilizar a análise das imagens de DBT. Algoritmos de inteligência artificial (IA) estão sendo desenvolvidos para auxiliar os radiologistas na identificação de padrões suspeitos nas imagens, gerando relatórios preliminares que facilitam e aceleram o processo de tomada de decisão.
Os benefícios da DBT na detecção precoce do câncer de mama são inquestionáveis, superando em muito o desafio do tempo de interpretação dos exames. A precisão diagnóstica proporcionada pela DBT se traduz em vidas salvas, diagnósticos mais precoces e tratamentos menos agressivos.
É fundamental que os serviços de saúde invistam na aquisição de equipamentos de DBT e na capacitação de seus profissionais, garantindo que mais mulheres tenham acesso a essa tecnologia que pode fazer toda a diferença na luta contra o câncer de mama.
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