
Na radiologia geral, uma das prioridades é a obtenção de imagem com um nível de qualidade suficiente para alcançar o diagnóstico. No entanto, a dose de radiação (em relação à radiografia e, principalmente, à tomografia computadorizada) para o paciente deve ser considerada para evitar a exposição desnecessária à radiação. A importância desse cuidado é mais aparente na população pediátrica, uma vez que as crianças são até 10 vezes mais radiosenssíveis em relação aos adultos.
Embora o verdadeiro risco da tomografia computadorizada é considerada incerta, sabe-se que com a adequada indicação pelo médico assistente, o exame radiológico trará mais benefício do que risco ao paciente. Devido à preocupação exposta e considerando estudos na literatura médica e o avanço da tecnologia dos aparelhos diagnósticos, a maioria dos grandes centros diagnósticos que atendem crianças e adolescentes seguem protocolos e princípios para a redução nas doses de radiação: princípio ?ALARA" (?as low as reasonably achievable?), The Image Gently Alliance (em que traz informações para físicos, médicos e pais sobre os exames e a radiação ionizante).
Outra forma de radioproteção seria a utilização de outros métodos diagnósticos, como o exame ultrassonográfico: não utiliza radiação ionizante e está mais disponível nos hospitais, porém é um método operador-dependente; outra forma seria o exame de ressonância magnética, mas é um método demorado, pouco acessível e que dependendo da idade da criança há a necessidade de anestesia.
Por fim, o exame radiológico como exame complementar, auxilia o médico pediatra no diagnóstico e a escolha do método deve levar em consideração a suspeita clínica, disponibilidade do método, discussão entre médico assistente e médico radiologista, entre outros.
Ana Flavia Pimental da Silva Orth
Radiologista Pediatra
CRM-PR: 33.220